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INTIMIDADE QUE NÃO SE PÕE COM O SOL





Fim de tarde
No Horizonte duas cores se rompem
Mistura de sons garantem tua presença
Intimidade que não se põe com o Sol
Mesmo agora não te escondes na escuridão
não te vendo, sinto
No sentir, sei
Não sabendo, confio
Intimidade que não se põe com o sol

William Vieira




SILÊNCIO




O som que ouço é constante, suave, acalma circunstancias
O Som que ouço nutri, produz;Tem cheiro de água, 
tem gosto de pássaros, tem verde mais verde,
O Som que ouço não distrai, atrai, não ofende, prende
Nele minha voz é inimiga, Insiste em me trazer de volta
Seu Inicio de tormento, um lugar de saudade se torna
O Som que ouço é a voz do Silêncio, que silencia um estado onde Deus trafega
Essa voz terna é paz; onde o silêncio é mais silêncio
O som que ouço é a voz de Deus em mim

 Wiliam Vieira







A PRAÇA



Naquela manhã, sentou se no banco da praça,
e viu nascer os primeiros raios de sol,
os passantes com passos apressados,
deixavam para trás apenas o ruído e a poeira.
Um nada se criou em volta do tempo,
e o tempo parou em volta do nada.
Pensamentos sem imaginação.

O toque
A palavra
A sabedoria

O homem vivido, já castigado pelos anos se manifestou
com seus atos de sabedoria.
Falou da vida e de algumas conquistas
Um olhar penoso, e desejoso por mais anos de vida
O dia estava faceiro, ensolarado
O Ar beijado pelo vento
No céu, as nuvens corriam

Um desejo pelo desconhecido
O horizonte não visto
Uma conquista além da idéia
Naquele banco
Passou se uma vida
Um momento
A manhã fora embora
A tarde chegou
E se fez longa até o pôr - do – sol
Entardeceu
A som do desalento
E não se viu mais, a face vivida do homem da praça


Elizaete Ribeiro








SALMO 23





Escuto. Mas o uivar dos lobos não me
assusta.
Nem o rumor do vento
porque o meu olhar se me alonga
para os pastos verdejantes
e as águas tranquilas.
O bardo onde vivo refrigera-me
(já nem sei o que sejam veredas errantes).
A lã de que sou vestido é branca,
e só de alegria o peito me salta
porque a mesa em que me sento é farta
e os meus inimigos se espantam comigo.

Brissos Lino

Um comentário:

  1. O poema Silêncio lembra-me Fernando Pessoa em O Guardador de Rebanhos... o português que via Deus nas coisas da natureza... e dizia algo mais ou menos assim: "pensar Deus é errar Deus.. Há metafísica bastante em n pensar em nada"...
    Com um ritmo absolutamente contemplativo, o "Silêncio"do Pastor William faz as palavras alcançarem a velocidade de um olhar que deseja penetrar na alma das flores, do vento e da paisagem... Um olhar capaz de se embriagar com o "cheiro das àguas"....Quem diz que a água não possuir odor, também não percebe os graus de suas cores e as delícias de seus sabores... Só os paladares poéticos filtram as sulitezas do mundo....A beleza se expressa através de uma língua denominada Silêncio.

    Sávio de Tarso

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